quarta-feira, outubro 24, 2007

Os aviões de papel e outras parvoíces

Tema polémico que trago aqui hoje: deve ou não aquecer-se a ponta de um avião de papel antes de o lançar? A resposta é não. Adeus e até amanhã! Ok, pronto, eu escrevo mais qualquer coisa. Pronto, já escrevi. Adeus e até amanhã! Vamos lá falar a sério. Lembram-se de quando faziam aviões de papel? Não se lembram? Então não faz sentido eu escrever isto. Adeus e até amanhã!

Agora é de vez. Aviões de papel, essa nobre arte dominada pelos artesãos do 7º Ano do ensino básico português. Quem é leigo na matéria, não sabe que não existe apenas um tipo de avião de papel, mas sim vários. Eu conheço 3 maneiras de fazer aviões de papel, e não nos podemos esquecer que a inclusão de estabilizadores laterais, flaps e uma asa traseira fazem toda a diferença e diferenciam um bom de um mau avião. Por isso cada avião é um avião, e um bom avião-de-papelizador sabe que para uma folha de papel branco 80 gramas o melhor avião é o que tem a configuração X, já para a folha de linhas do caderno Castelo a melhor configuração é a Y. No entanto, por muito diferentes que sejam os aviões uma coisa é certa, antes de o lançarmos vamos sempre bafejar por duas vezes a parte da frente do avião.

É uma obrigação e acaba por ser um movimento reflexo. Se o laureado com o Nobel, Ivan Pavlov, fazia salivar os seus cães apresentando-lhe estímulos externos que eles associavam a comida, eu tenho a certeza de que quando uma pessoa vê um avião de papel começa logo a aquecer o bafo para tentar fazer o avião ir mais longe.

Várias teorias existem para que possuamos este reflexo. Há quem defenda que, em termos de aerodinâmica, o facto de se aquecer a ponta vai fazer o ar aquecer naquela zona e por isso criar um gradiente de pressões entre as asas o que permite uma maior sustentação e um maior tempo de vôo. Há quem defenda que um avião não pode voar sem tripulação e este bafo transporta bactérias que vão comandar o avião. Na verdade, o que este bafo faz, é humedecer tanto a ponta, que ao fim de 3 lançamentos ela já se encontra de tal maneira flácida e pesada que o avião, quando é atirado, tem a frente tão pesada que cai directamente de bico cerca de 50 cm à nossa frente.

Por isso eu defendo que se pare com isto de uma vez por todas. Com isto e com o facto de se bater 3 vezes com uma bola de matraquilhos na parte lateral da mesa. O que é que isto faz? Aumenta tanto a entropia interna da bola que impede que ela esteja parada? Ou foi um movimento iniciado por um chef de cozinha que estava habituado a estrelar ovos de coderniz? Ninguém sabe, mas isto está-se a alastrar ao ping pong e se isto se propaga, qualquer dia estou a ver os pilotos na pista a tentarem aquecer o bico do seu avião antes de seguirem viagem.

quarta-feira, outubro 03, 2007

ASAE

Esta é a sigla de uma associação que luta pela segurança alimentar e económica. Acho um bocado estranho esta coisa de lutarem pela segurança alimentar e económica, pois se há coisa que sempre me ensinaram foi a não mexer em dinheiro e comer logo a seguir sem lavar as mãos. Ora uma associação que trata tanto de economia como de alimentação deve estar constantemente a praticar este acto pouco higiénico...

Quanto à sigla encontrada, mostra alguma tendência para a superioridade, algo como "deixa-nos cá inventar um nome que gere uma sigla que seja extremamente difícil de pronunciar". Podiam ser a ASDES (Associação para a Segurança Daquilo que Embuchamos e do que Sacamos), que inclusivé permitia fazer trocadilhos como "ASDES cá vir, ASDES", mas não... Escolheram ASAE que se pronuncia como uma espécie de Asa E, como se já existissem as outras asas A, B, C e D. Eu nunca ouvi falar dessas outras asas e a existirem não me parece que permitiriam voar muito longe, uma vez que se forem como a ASAE, qualquer movimento fora do normal é logo para mandar abaixo. Ainda relativamente ao nome, parece-me que a maneira mais correcta de o pronunciar é aquela coisa do latim de se ler "ÉÊ", como em Curriculo Vitae (Curriculo VitÉÊ), deve também ler-se ASÊ.

Relativamente à actividade desta agência parece-me que se alguém está a praticar um crime económico são eles. Então uma pessoa saca umas séries e uns filmes da net (Aviso: Senhores da ASAE este é um blog cómico, até agora nenhum dos posts esteve de maneira alguma relacionado com a realidade do autor, não! eu nunca precisei de iogurtes, eu nunca tive problemas em dormir à noite depois de uma sesta, eu nunca tive problemas com dedos engelhados (ok, com estes já tive), mas eu nunca saquei nada da net! Ok? Estamos amigos? Eu até gosto do vosso trabalho!).

Estava eu a dizer, uma pessoa saca umas coisas da net e vem a ASAE e apreende aquilo tudo. Então mas que segurança económica é esta? Quando uma pessoa saca estas coisas gasta o seu dinheiro numa ligação de internet, a ASAE quando chegou lá por acaso pagou por alguma das coisas que levou? E a segurança alimentar? Supostamente segurança alimentar é para assegurar que toda a gente se alimenta. Então fecham-me as cantinas? Como é que é suposto as pessoas alimentarem-se? Vá lá, meus senhores, se querem assegurar este tipo de coisas comecem a pagar pelas coisas que levam (para que os utilizadores possam comprar os originais) e comecem a deixar os restaurantes abertos, lá porque têm ratinhos a passear pela cozinha não há problema. Todos nós sacámos o Ratatouille da net e vimos que ratos na cozinha não são assim tão maus! (Comédia, ok? Não me venham com tretas, vocês não são a ASAEC, vocês não podem fechar espaços de comédia!).

P.S. - Este é o post nº 300. E talvez o último, se algum senhor da ASAE vir isto.