terça-feira, maio 29, 2007

Eu certifico!

Há muitos problemas no mundo, mas sem dúvida que o maior são as pessoas que fazem comentários durante o Gato Fedorento. Está a família toda reunida, começa o Gato, um deles diz 3 palavras e já se está a ouvir alguém "Xiii... Ele disse 'isto, aquilo e aquel'outro'" (de notar que 'isto, aquilo e aquel'outro' devem ser substituídos pelas palavras do indivíduo que estiver a falar). Obviamente que ao dizer isto essa pessoa não só perdeu a punch line daquela piada, como fez todos os outros telespectadores da sala perderem-na. Pior é quando depois ouve o público que está em estúdio a rir e pergunta "O que é que ele disse? Hã? Acho que foi...", fazendo perder o início de mais uma piada! E assim se passa um episódio do Gato Fedorento sem que toda aquela família perceba uma única piada!

Adiante... O que me interessa hoje, é que reflectamos um pouco no conceito das "Certidões de Nascimento". Ora se bem me quer parecer para estarmos neste mundo tivemos de nascer, certo? Então para quê certificarmo-nos de que nascemos? Quando me pedem uma certidão de nascimento eu digo "Mas eu garanto-lhe que nasci!", ou por acaso alguém conhece as certidões de aparecimento súbito? Eis o que se passa numa dessas repartições onde se tiram as certidões:

Funcionário: Número 192803, por favor!
Utente: Bom dia! Eu necessito de uma certidão de nascimento.
Funcionário: Peço desculpa mas isso é a senha azul escura às bolas vermelhas, este guichê é apenas para quem tirou senha azul clara às bolas vermelhas. Número 192804, por favor!

O utente retira então a senha azul escura às bolas vermelhas número 500392 e aguarda pacientemente pela sua vez.

Funcionário 2: Boa tarde, em que posso ser útil?
Utente: Boa tarde, eu queria tirar uma certidão de nascimento.
Funcionário 2: Queria? Já não quer? Então vá-se embora que temos aqui muito trabalho... Eheheh! Diga-me então onde nasceu?
Utente: Errr... Eu nasci... Errr...
Funcionário 2: Peço desculpa mas perante tanta indecisão sou forçado a dizer que você não deve ter nascido! Você é capaz de ter surgido no mundo sabe-se lá como, mas nascer é que não nasceu! Não lhe vou poder dar a certidão de nascimento.
Utente: Mas eu garanto-lhe que nasci, estava só na dúvida se você quereria a freguesia ou o hospital.
Funcionário 2: Então vamos fazer assim, eu agora já não lhe posso dar a certidão. O que você faz é ir à repartição ali do concelho ao lado e pede lá a certidão, eles depois reencaminham-nos isso, nós damos luz verde, isso vai aqui ao chefe da repartição, ele carimba, eu acabo de preencher, meto lá de lado para ser mais rápido, vai ao meu colega, ele põe-lhe o selo, depois metemos isto na secção para expedição, eles mandam para a outra repartição e depois de lá avisam-no quando tiver ido ao chefe da repartição de lá para levar a assinatura. Isto vai ser uma coisa rápida, daqui a 3 ou 4 anos você terá isso na sua mão.
Utente: Mas eu já tenho 95 anos isto era para passar os meus bens para os meus netos. Daqui a 3 ou 4 anos eu já não devo estar vivo...
Funcionário 2: Então quando falecer fará o favor de se deslocar aqui para que possamos passar-lhe a certidão de morte. Geralmente as certidões de morte é mais rápido porque não necessitam de selo. Boa tarde... Número 500393, por favor!

segunda-feira, maio 14, 2007

A primeira pessoa!

Porquê? Porquê? Porquê? Por que respondemos à pergunta "Quem é?" com o pronome pessoal "Eu!"? Ou se for um grupo maior "Nós!"...

Que poderosa força interior nos impele a quando tocamos uma campainha, em que a outra pessoa não nos consegue ver e muitas vezes nos ouve com dificuldade, a responder "Eu" em resposta à interrogação de quem somos? Pior ainda, porque é que a outra pessoa abre sempre a porta? Eu aposto que isto é o abracadabra dos tempos de hoje, qualquer porta se abre perante o poder de um pronome pessoal na primeira pessoa. Aliás "abracadabra" deve mesmo ser "eu" numa qualquer língua antiga. O verbo ser nessa língua era qualquer coisa como:

Abracadabra sou
Tulitabriti és
Broquicitá é
Nonipratico somos
Bribriter sois
Nortiquá são

(fãs do Kassabian que estejam por aí espalhados, se me abordarem na rua e conseguirem reproduzir este verbo ganharão um espectacular prémio!)

Os publiciteiros (não estou certo que esta palavra exista, mas quero-me referir às pessoas que colocam publicidade nas nossas caixas de correio) têm por hábito responder "publicidade" à famosa pergunta feita pelo intercomunicador... Nada mais errado! Ninguém lhes abrirá a porta com uma resposta dessas! Respondam "Eu!" e vão ver não só a porta que está à vossa frente a abrir-se, mas também as portas de todos os prédios num raio de 89 metros.

Portanto da próxima vez que tocarem à minha campainha respondam "Sou eu, o André!" (onde se lê André deve ouvir-se o vosso nome, André foi usado a título ilustrativo e é uma marca registada com os direitos de cópia assegurados). Agora esperem só um momento que tocaram ali à porta... ... ... Sabem quem era? Era ele...

domingo, maio 06, 2007

Comida de Cloreto de Polivinilo (PVC)

Apetece-me hoje falar um pouco sobre fast-food, mais propriamente sobre fast-desert. Não, não vou falar de desertos rápidos nem daquela banda dos Morangos com Açúcar. Vou falar de sobremesas rápidas, e para mim a definição de fast-food na sobremesa é a banana.

As palavras que se seguem vão originar polémica, ou pelo menos vão originar uma série de piadas sobre a minha pessoa. O que eu tenho para dizer é que devo ser o maior especialista em bananas existente em Portugal. Bananas de fruto e não bananas no sentido fálico da questão, sobre essas não conheço muito, apenas sei que tenho uma entre as pernas e nem quero entrar por aí. Portanto vamos cingir-nos ao fruto. Passo a explicar porque é que digo que sou o maior especialista em bananas. Isso deve-se a eu comer, em praticamente todos os meus jantares, uma banana.

Não sei quando é que este hábito se iniciou, mas desde que me lembro da minha existência que me lembro de comer banana ao jantar. Não é que não goste de outras frutas, mas sinto que dão muito trabalho a comer e daí eu achar que a banana está para a sobremesa como o McDonald's está para a refeição principal. A banana é descacar e comer em 6 a 7 dentadas, não é necessário nenhum talher, não é preciso lavar, não é preciso sequer um prato e com jeito nem de um guardanapo precisamos. Para salientar ainda mais o lado fast-food da banana, eu não a como sozinha, eu faço o que se pode chamar de uma "Cheesebanana", que consiste em comer a banana com duas fatias de queijo em barra. E isto repete-se em todos os jantares cá em casa.

Quanto à banana em si para mim tem de ser das grandes (pronto! gozem à vontade, estou a tentar fazer um post sério), a banana da madeira para mim é fraquinha. Ganha pontos fast-food ao ser mais pequena, e por isso mais rápida, mas perde devido a ter sabor. É docinha... E como sabemos os alimentos de plástico querem-se a saber a plástico e não a açúcar. Para mim tem de ser uma boa banana Chiquita ainda meio verde, daquelas que trincamos e parece que estamos a trincar um tronco de uma árvore, até se ouve Crunch!

Será que a banana é um vício? Fico feliz por isso! É o primeiro vício que tenho, é pena não se venderem por aí maços de bananas. Eu poderia ter algo com que ocupar as mãos nos tempos mortos. Já estou a ver inscrições nos maços "Comer bananas mata!" e os senhores dos cafés a perguntarem "Que idade tens pequenote? Peço desculpa mas não tem posso vender bananas!".