sexta-feira, março 27, 2009

Bona - Antes da Viagem

ERASMUS é o nome do programa a que me candidatei e consegui ficar colocado em Bona durante 3 meses. Bona...Quando pensamos em Bona pensamos em quê? Não sei, mas alguém me disse que a casa do Beethoven é para essas bandas. A viagem está marcada para dia 30 de Março, próxima segunda-feira, e o que é que me passa pela cabeça? "O penálti a favor do Benfica na final da taça da liga".
O meu entusiasmo esmoreceu um pouco quando me apercebi que a minha residência fica no chamado "gueto de Bona" com o nome de Tannenbusch, e, surpreendentemente, a residência chama-se Tannenbusch II. A princípio senti-me um pouco angustiado mas depois relembrei-me onde vivo e fiquei mais animadito. Note-se que a minha casa localiza-se na freguesia da venteira, Amadora. Se sobrevivi 23 anos aqui, 3 meses no "gueto" de Bona não me parece assim tão mau.
Além disso, estou super preparado para viver uns tempos na Alemanha, sei o essencial de alemão como "Ich möchte ein Bier" que traduzido fica "A razão, por si só, é falível, e essa falibilidade tem que encontrar um lugar na nossa lógica" o que dá sempre jeito em qualquer situação. Para além disso sei quase de cor algumas falas da série "Hamburgo 112".
Se houver alguma coisa kassabiana por lá reportarei de bom grado (a menos que me roubem o portátil).

Tschüs.

terça-feira, março 10, 2009

Soluções para a crise!

Acho que já não há volta a dar, temos de admitir que o país (e o mundo) está (estão) em crise. Podemos fazer alguma coisa para contrariar a crise e voltar a uma época de prosperidade? Provavelmente não. Os mercados económicos são demasiado complicados para que pessoas como nós entendamos o que por lá se passa. O que sabemos é que já não estamos em tempo de vacas gordas (para os que não conhecem esta expressão: não vão já a correr ali para a zona do instituto superior técnico à procura de senhoras que passam recibos verdes só porque pensam que elas perderam peso!). Então o que havemos de fazer se não percebemos nada de spread's, TAEG's e bailouts? "Diz-nos André, como é que podemos sobreviver a esta crise?!" Querem a resposta a isso? Simples! Escrevam um livro sobre a crise e como sobreviver a ela.

É verdade. Já passaram recentemente por uma dessas lojas cujo nome começa em F, termina em C e no meio tem completamente ao acaso as letras NA? Olhem bem para os expositores. Cada vez mais se acumulam livros com títulos como "Sobreviva à crise!", "Entenda a bolsa", "Mude a sua vida", "O segredo", e mais uma dezena de livros da autora Margarida Rebelo Pinto. Algum deles tem soluções viáveis para ultrapassarmos a crise? Não sei, nunca li nenhum, mas os da Margarida não têm de certeza, estes não apresentam soluções para a crise nem para nada que seja humanamente interessante. Quanto aos outros, pelo que sei as soluções que apresentam são coisas como "Poupe dinheiro e invista-o quando os preços forem baixos", "Se possível não se endivide em demasia". É preciso um sacana de um livro de €10 para me dizer isto? Não valia mais eu ter poupado os €10? E propõem-se estes senhores a orientar a minha vida e a prometer-me que daqui para a frente o único trabalho que vou ter é estender o braço para ir buscar uma pina colada que está pousada na areia, junto à minha espreguiçadeira, numa praia em Bali.

Já pensaram que quem orientou a sua vida foram eles a dar conselhos que todos nós já sabíamos? Por isso, como eu só quero o vosso bem, eis, completamente grátis (só para verem que o dinheiro não me interessa), um excerto do primeiro capítulo do livro que vou lançar lá para Maio a um preço promocional de €79:

"Olá! O meu nome é André e desde já bem vindo ao livro que vai resolver todos os seus problemas relacionados com a crise. Digo-lhe desde já que para sobreviver à crise já tomou o rumo certo: comprou este livro! Apresentarei de seguida uma série de soluções para que você e a sua família possam viver desafogadamente nos próximos anos. A primeira solução que lhe apresento é não comprar mais livros acerca de medidas para superar a crise, muitos deles tentam enganá-lo dizendo que têm soluções para a crise, quando na verdade são apenas uma maneira do autor ganhar dinheiro e poder sobreviver à crise. A segunda solução é que seja feliz: Viva todos os seus dias com uma felicidade imensa e contagiante. A terceira solução..."

O livro continua, mas se quiserem continuar a lê-lo apressem-se a chegar às livrarias em Maio, já que a partir de Junho o livro passará a custar €99, e (eis mais uma dica) isso não é bom para a vossa carteira.