Casca de laranja!

Sei que o Natal já lá vai, mas por enquanto ficam os restos. Ainda há por aqui restos de bolo rei. Penso que estes pedaços que ainda restam aqui por casa foram descongelados há pouco tempo, caso contrário penso que poderia usá-los como arma de defesa pessoal, contra possíveis invasores da minha casa. Um bolo rei com 15 dias ainda é coisa para aleijar quando é violentamente atirada à cabeça de um meliante.

O que me preocupa neste bolo é a casca de laranja que certas pastelarias insistem em colocar no bolo! Porquê?
Durante toda a minha infância fui ensinado a descascar a fruta, seja de banana ou laranja, sempre me disseram que a casca não era para comer! Quem foi então o génio que decidiu incorporar a casca de laranja no bolo rei? E se pôs a de laranja, porque não por também a de banana? É verdade que na minha vida a coisa que mais vi não foram pessoas a comer bolo-rei, mas posso afirmar com certeza, que das poucas pessoas que vi, todas colocavam a casca de laranja de lado. Aliás é curioso ver quando um bolo já vem partido para a mesa, as pessoas comecem a comê-lo precisamente do lado oposto ao da casca, sendo as fatias que contém a casca as últimas a ser comidas.
Gosto de bolo rei! Sim, sou culpado! Mas tirem-me o raio da casca, aquilo sabe mal que se farta. Se descascam as laranjas e as comem, o bolo rei não é o sítio para colocarem as cascas, esse sítio é o caixote do lixo.
Mas há pastelarias ainda mais arrojadas, no outro dia encontrei ananás num bolo! Sim ananás! Não era suposto aquilo ter só fruta cristalizada e fruta seca? Agora também já tem fruta enlatada? Qualquer dia temos atum e pêssego em calda no bolo. Senhores pasteleiros, essa coisa da inovação é gira, mas estão a chegar a um ponto em que já não é possível inventar mais. Porque não mantermo-nos num ponto em que toda a gente é feliz?