sábado, setembro 24, 2005

As "gavetinhas" musicais

Penso que é do conhecimento geral que, nos últimos anos, a música cresceu nos seus vários “campos” e em várias “direcções", desde o Jazz, Electrónica, Pop, Rock, etc... Para acompanhar este crescimento, os entendidos nestes assuntos da música (ou não!) tiveram que criar novas categorias onde pudessem “encaixar” os vários novos estilos. (Já dizia a minha “sábia” professora de Biologia do 12º ano que o Homem quer sempre encaixar tudo, por tudo em "gavetinhas", coisas simples assim como todos os seres vivos do planeta e afins...) Neste caso específico falamos de música. Ora bem, quando se entra numa discoteca (não, não é um Lux ou coisa do género, refiro-me a lojas que vendem cds!) procura-se, geralmente, cds nas categorias que mais gostamos. Aqui é que começa o meu problema existencial. Já repararam no número de categorias que existe? E que este número está, possivelmente, a aumentar exponencialmente!!! Hipoteticamente falando, uma pessoa dirige-se ao balcão e diz “Bom dia, pode-me dizer onde é a secção de Rock-Metal alternativo melódico new school?” ( e nós pensamos “huuuuu! Este gajo sabe mesmo o que quer!!!”), mas entretanto o funcionário da loja responde “ Mas quer Rock-Metal alternativo melódico new school experimental ou prefere Rock-Metal alternativo melódico new school indie? Também temos o Rock-Metal alternativo semi-melódico new school harcore, já ali à esquerda!”...Bom e ainda podemos levar um pouco mais além, o cliente diz “O meu estilo é mais Rock-Metal alternativo melódico new school indie. Não gosto muito do Rock-Metal alternativo melódico new school experimental...” ao que interrompe o funcionário “Sim, sim a sonoridade é totalmente diferente!”. E remata o cliente “Pois é, esse pessoal tem gostos completamente diferentes dos nossos, até na maneira de vestir, vestem-se todos de cinzento escuro e com as orelhas todas furadas! Nós vestimo-nos cinzento escuro, mas com um degradé para cinzento claro aqui na zona da axila direita e apenas furamos a orelha esquerda, já viu o abismo que nos separa?!?”.

O melhor é começarem já a inventar siglas para certos estilos, porque pode-se perder muito tempo a explicar o que se quer, e ainda por mais, o funcionário pode-se esquecer de alguma palavra.... “ Trouxe-me melódico???! Mas eu pedi jazz alternativo acústico SEMI-melódico clássico pós-experimental!!!”

Irrito-me, ou como diria a minha amiga area “ataca-me a urticária”, quando esses ditos intelectuais e peritos em assuntos musicais (pseudos cof cof) se põem a falar e a criar categorias para os estilos musicais, “Não não meu caro, isso é completamente experimental ding dang e não e não experimental ding dong!” Eu aposto que se falassem com o músico em questão, e lhe perguntassem, sinceramente, qual era o seu estilo ele responderia qualquer coisa como “É um estilo bacano! Queres uma passa? É fx pá, é marroquina!” (claro que estou a exagerar um pouco). Por favor parem com essas “nhanhices” (passe a expressão), e SIMPLIFIQUEM um pouco. Nem tudo se consegue por em “caixinhas”.

Ando a acabar os posts sempre com um apelo, hummm.....

Saudações

2 Comments:

At 13:25, Blogger Area said...

lolol hã, afinal esse esforço de ontem à noite deu resultado! Está genial! lololol
P.S: gostei do pormenor "é marroquina" e de teres falado da nossa querida Manela.... Autora das metáforas mais lindas que já conheci, desde o autoclismo, às barragens, passando pelas bolaxas....
Este blog aumenta de qualidade dia após dia, eh eh!

 
At 23:34, Blogger Stouton said...

=) saiu bem


É a obrigatoriedade da individualidade. É necessário pertencer-se a um grupo, mas com as artes de massa (caindo no popular - como de resto nos anos 60 com a artpop) ha uma necessidade de contrariar a corrente o q leva a essa fragmentação...mas no fundo o processo é sempre o mesmo, notar uma diferençazinha catalogar (criar um estereotipo para isso, musica, roupa, ideologias,etc etc) e dpos outra corrente contra esta, e outra contra esta mas ja sem ser exactamente igual a outra.

Acho que sim magnolia, torna nos cada vez menos tolerantes e mais preconceituosos.... ouves rock alternativo mas depois tens um cd de tony carreira...oh meu deus! o q es? Tambem ha quem escolha ser tudo...Ai que isto é um circulo e se repete tudo.














EPah q raio isto lembra me o cliché do "ser ou nao ser, heis a questao".
És um freakzinho jam*

 

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