sábado, dezembro 13, 2008

Auto-plágio

O plágio é uma arte muito bonita. A ideia de pegar em palavras ou ideias de outro e fazê-las passar por nossas ideias é genial. Para além do conceito, a própria palavra plágio é bonita. Plágio. Plágio parece um nome de jogador de futebol italiano, "plátchió". Com tanto elogio ao plágio, vocês devem estar a questionar-se "Será que os temas e as rábulas tão engraçadas que o André traz a este espaço de comédia não são plagiadas de algum lado?". Ao que eu vos respondo com palavras da minha autoria "Só sei que nada sei!".

A verdade é que reparei que recentemente plagiei alguém. O meu problema é que eu não posso ser como as pessoas normais e ir plagiar autores de renome, ou autores só de nome, mas com ideias, de facto, boas. Não. Aqui o André foi plagiar quem? Ele próprio, e neste próprio blog. O acontecimento deste acto demonstra várias coisas.

A primeira, é que ao contrário do que eu esperava, este blog não tem fãs histéricas à porta à espera que eu chegue. Fãs que saibam os meus textos de cor. Fãs que saibam até onde se põem as vírgulas nos meus textos. Na verdade, quem lê isto, nem repara assim tanto no que eu escrevo, senão teriam reparado que os posts "A história dos três porquês" e "Os três talheres" começam exactamente com a mesma alegoria. Um paralelo muito parvo entre histórias sobre três coisas e o conto infantil dos três porquinhos. Sim, é verdade. Constatem-no com os próprios olhos. Pior, depois da comparação entre as duas situações, eu digo praticamente a mesma coisa, digo que fiz um trocadilho entre as duas situações. E toda a gente sabe que uma comparação parva entre duas histórias não é um trocadilho. Um trocadilho é qualquer coisa como esta, que eu inventei "Estou em forma... Redondo é uma forma, não é?". Isto sim é um trocadilho de qualidade da minha autoria. E repito, da minha autoria, especialmente se se puder considerar plágio como coisas da minha autoria.

A segunda coisa que este acontecimento permite demonstrar é que eu tenho uma vida muito triste. Que outro autor de blog lê os seus próprios textos tantas vezes que consiga reparar que escreveu em tempos diferentes dois posts com piadas iguais? Porque é que o autor deste blog não vai fazer outras coisas tão interessantes na vida, como ir ler outros blogs? A resposta a esta pergunta é fácil. Simplesmente porque tenho medo de me inspirar de tal maneira pelas ideias dos outros que acabe por fazê-las passar por minhas ideias. É que há pessoas com muito boas ideias.

Uma terceira coisa demonstrada por este episódio, e esta sim, é mais feliz, é que eu tenho um tipo de humor muito coerente, de tal ordem coerente que consigo repetir as mesmas piadas vezes sem conta até que as pessoas se riam.

3 Comments:

At 16:32, Anonymous Anónimo said...

André: Não podes falar em plágio. De facto, só há plágio , como se define no Dicionário de Torrinha, "quando se apresenta como seu trabalho literário ou científico de outrem";ou "imitar servilmente".Ora, nada disso aconteceu. Imitar-se a si próprio nada tem de anormal, antes pelo contrário, significa,apenas, ideias assentes, bem arrumadas, que se podem expressar de várias formas e em ocasiões diferentes. Um abraço e até breve. Joaquim.

 
At 23:46, Anonymous Anónimo said...

Sem te querer baixar a auto-estima... Acho que já ouvi essa da forma redonda! :P

beijos e continua

Paisana

 
At 11:47, Blogger (...) said...

olha, esta descansado porque eu tambem tenho assim...uns problemas considerados semelhantes. x)

tambem pensei em fãs histericos e muito mais. Tambem leio os meus textos vezes sem conta. E tambem contasto que muitos teem as mesmas ideias. No meu caso, e porque nunca estou satisfeita com o que escrevo - ou me parece incompleto, ou mal escrito, ou de pouco imaginaçao, ou, simplesmente, imperfeito.

mas eu gostei do teu post. :D

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