sexta-feira, agosto 04, 2006

Juntei-me aos BFA

1º Passo: Reconhecimento do problema
Olá, o meu nome é André e não vale a pena continuar a negar, meus amigos, eu tenho um problema com as batatas fritas, por isso decidi juntar-me a este grupo, os BFA (Batata Fritólicos Anónimos) para que possa seguir o plano "Desintoxicação passo-a-passo".

2º Passo: Terapia regressiva
Lembro-me, como se fosse ontem, de pensar "Ena! Tanto calor, estava-se bem era na praia...", acabei por pegar no carro e dirigir-me à zona da Costa da Caparica para apanhar um solzinho. Isto passou-se ontem. Relativamente ao problema com as batatas fritas, lembro-me como se tudo se tivesse passado há uns anos atrás, tantos anos que já nem me lembro bem se naquele dia comi a minha primeira batata frita ou se fui ao Lidl fazer umas compras. Quer-me parecer que comi mesmo a minha primeira batata frita, visto que hoje tenho um problema com elas.

3º Passo: Estado actual
Muitos de vós, que estão neste momento a ler isto, estarão a pensar que talvez possam sofrer de batata fritofilia. Deixem-me dizer-vos que isso é pouco provável. Vocês os amantes de uma bela batata frita Titi ou, para os mais requintados, de uma batata frita Lays sabor Mediterrâneo, não têm problema nenhum, não passam de uns batata fritólogos que sabem apreciar esse aperitivo dos Deuses com toda a classe.

Já o meu estado é bastante mais grave. No início comecei por acompanhar um frango assado com as douradinhas, a maneira como a maior parte da população mundial conhece este aperitivo. Num estado mais avançado trocava os meus lanches por um pequeno pacote de batatas onduladas Matutano. No final já não resistia a quaisquer batatas fritas que me pusessem à frente, fossem elas as Senhor Basílio ou umas quaisquer batatas moles e ensopadas em óleo compradas na churrasqueira mais próxima. Eu já provei cascas de batata fritas! Isto é ter um problema de consumo excessivo de batatas fritas. Façam como eu e mal comecem a ingerir batatas fritas Saloinha consultem um especialista ou juntem-se a esta associação.

4º Passo: Terapia
A desintoxicação não é um processo fácil e requer sofrimento. Não existe ainda nenhum fármaco que permita uma terapia de substituição, apesar de estarem a ser feitos inúmeros estudos nessa área e já se tenha chegado à conclusão sobre quais os receptores que causam esta dependência. Procura-se neste momento um antagonista destes receptores.

O processo que se utiliza actualmente é o desmame (ingestão de doses decrescentes de batatas fritas) em conjunto com o salto ao pé coxinho a apoiar a mão direita na zona lombar, entre as vértebras L3 e L5 (ainda não se conhece o mecanismo que torna o salto eficaz apesar da estatísticas indicarem* que a incidência de recaídas e os danos associados ao fim do consumo são menores quando o salto é praticado).
*Estudos realizados em 3 grupos de 37 indivíduos que sofriam de batata fritofilia e com p=0,05, eficácia comprovada em 97% dos casos

5º Passo: Sensibilização das populações para o problema
É o que estou a fazer neste momento, apresentando o meu processo de desintoxicação e dizendo que foi totalmente eficaz, hoje em dia acompanho todas as minhas refeições com uma salada.

6º Passo: Juntar-me aos SA (Saladólicos Anónimos) para ver se páro com a paneleirice das saladinhas