sexta-feira, julho 14, 2006

Areia e água (de colónia)

Bem, parece que chegou o verão com coisas agradáveis como o sol, as férias, os taxistas a dizerem "agora é que elas começam a andar descascadas" e elas de facto a andarem mais descascadas... Agora uma coisa que sempre me atormentou a infância na altura do verão foram as colónias de férias.

Este sempre foi um dos meus maiores traumas do verão. Com 3 meses de férias e os meus pais a só poderem parar de trabalhar por um mês, alguém tinha de ficar comigo e para eu não passar o verão todo com os meus avós os meus pais achavam que 15 dias de muita animação e convívio com a juventude eram o ideal para mim. Devo agora confessar que não eram.

Se há coisa que gosto de fazer durante as férias é o chamado "nada". Simplesmente dormir até tarde, ficar a olhar para o horizonte durante uma bela meia hora, comer, ficar a olhar para o horizonte durante uma bela meia hora, comer, ficar a olh... Todas as colónias se baseiam na antítese do "nada" e estão sempre repletas de actividades "super divertidas".

Para já, há que acordar bem cedinho para tomar o pequeno almoço e passar uma bela manhã de praia. E como eu gosto de praia... Devo já avisar que se for presidente da república vou mandar retirar todo o sal do mar, por um belo relvado em todas as praias e uma cobertura por cima das mesmas, porque o sol é um bocado quente. Depois da praia há sempre o almoço (nalgumas colónias este almoço é baseado em sandes e ingerido na própria praia) e logo a seguir ao almoço há mais uma panóplia de actividades, como caminhadas, pedi-papers, caças ao tesouro e tudo o que envolva estimular os músculos dos membros inferiores. Geralmente depois de jantar as caminhadas continuam... Agora eu pergunto-me, PORQUÊ? Os campos de férias parecem um treino militar e eu não vejo razão para tal. Tudo bem que é necessário ocupar o tempo de 60 putos para que eles não façam asneiras, mas é mesmo necessário obrigarem-nos a dar a volta a Portugal a pé em 15 dias?

Outra coisa que me atormenta é o facto de eu nunca conhecer ninguém quando vou para um sítio destes e ter sempre de participar na primeira noite onde fazem umas "partidas giras" aos caloiros e somos obrigados a apresentar-nos à frente de uma plateia de 60 pessoas. Já nem falo nas canções, "Gosto d'andar e de colher amoras, de descansar e sem olhar as horas, gosto do por do sol e gosto de cantar, DJUMBALARÉ...".

A colónia que mais gostei foi também uma das últimas a que fui e em que basicamente choveu quase todos os dias. Resultado, as actividades foram canceladas e ficávamos o dia todo no refeitório a conversar uns com os outros e a olhar para o horizonte, comer, olhar para o hori...

1 Comments:

At 23:11, Blogger Area said...

Na verdade, e agora que falas nisso, também eu sempre tive um pavor indefinido em relação às colónias de férias...e por isso é que nunca fui a nenhuma - e dou graças aos céus que os meus papás nunca tenham tido semelhante ideia.

Anyway, acho que é mesmo da minha faceta reaccionária: mas afinal quem é que se sujeita a ser controlado durante duas semanas a fio?? Porque não ficar antes em casa a fazer o que se lhe dá na Real veneta?? Tipo, ser obrigado a acordar cedo??Nas férias?? Na na, a mim não me apanham a fazer o que não quero, muhahahahahaha!! Morte ao sistema!!

Assim sendo,também tal como tu sempre tive a sensação que os campos de férias (e os escu/oteiros) eram autênticas recrutas militares..bah!!

P.S: Estou a ver que praia, para nós, envolve agua doce e relvados....ou seja, uma piscina!!!!
looooooooooooooooooooool

 

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