segunda-feira, junho 26, 2006

Uma palhaçada!

Eu (André; armado em estúpido, como sempre, a escrever na primeira pessoa) dei por mim no outro dia a assistir na televisão a uma daquelas transmissões de circo. Isto é preocupante, visto que ainda estive cerca de 5 minutos a olhar para aquilo e a pensar "Olha, preciso de ir comprar iogurtes!". Desta vez precisava mesmo, porque estava a tomar o pequeno almoço e tive de beber leite. Depois pensei "Olha, até estão aqui bons artistas, é uma pena que não se dê mais atenção ao circo!". Deve ter sido o leite que me fez pensar isto, porque a esta distância eu penso "Porra que me esqueci dos sacanas dos iogurtes!" e também "Mas quem é que foi o idiota que inventou o circo?!".

O inventor do circo deveria ser colocado no meio da estrada, fazendo-se passar por cima dele 5 camiões TIR (ou 5 camiõns TIRO), para que ele próprio passasse a fazer parte do asfalto. É para mim a pior invenção da humanidade e consegue juntar as coisas mais impensáveis num mesmo palco, desde domadores de animais ferozes a palhaços, passando por trapezistas, malabaristas, equilibristas, fascistas e maquinistas. As idas ao circo eram para mim uma das piores coisas da infância, ter de aturar palhaços e tipos que inserem a cabeça dentro da boca de feras causava-me um misto de aborrecimento e medo.

O facto de a boca do leão poder fechar a qualquer momento assustava-me visto que não vivi no tempo da inquisição e não sei bem como é que é essa coisa de ver homens a ficarem sem cabeça e a morrerem à frente de centenas de pessoas. Quer-me parecer que sujeitar crianças a este espectáculo não é lá grande ideia.

Já os palhaços entediavam-me com as suas estúpidas brincadeiras de espetar com tartes nas caras uns dos outros, molhar o público com flores que esguichavam água e pregar partidas uns aos outros que acabavam sempre com um dos palhaços com as calças pelos tornozelos.

E era assim que eu vivia a minha infeliz infância, sempre na esperança que não oferecessem bilhetes para o circo à minha mãe para que eu não tivesse de ir. Um dia, quando me fartei disto pensei "Já sou grande já posso ir comprar iogurtes sozinho! E também já posso dizer que não quero ir ao circo à minha mãe!", enchi o peito de ar e disse "Mãe, já não quero ir mais ao circo!". Ela compreendeu e respondeu-me "'Tá bem, filho... Agora vai-te lá arranjar que hoje fazes 18 anos.".

2 Comments:

At 16:35, Blogger Area said...

Eu já não vou ao circo à, e agora citando vocábulos Marklianos, "testículos e testículos" de tempo! uf!
Mas por acaso também sempre mas sempre detestei palhaços. Tipo, apareciam sempre quando o espetáculo estava na melhor parte: ou antes ou depois dos Cavalos...ou então dos trapezistas.... E de resto também nunca achei piada àquelas "piadas", spooky, really spooky...E aquelas pinturas e os sapatos, oh meus deus, os sapatos e os suspensórios! E os...

 
At 18:47, Blogger JoaoPedro said...

Isso do circo a mim também me começa a fazer um bocado de confusão... Quando era pequeno até achava piada (embora as cenas dos palhaços, contrariamente ao que seria de esperar, me assustassem um bocado, e os leões não...)!
Mas pronto, cresci, dediquei-me ao blogging e esqueci o circo. Por falar em esquecer... esqueci-me de comprar iogurtes! =S

 

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