sexta-feira, novembro 25, 2005

Estatística "isenta" faz vítimas....

Mais uma vez, uma notícia de um dos nossos amados jornais diários gratuitos faz notícia no kassabian. Confesso que já vi muita coisa nesta vida e poucas delas me fizeram ficar com a boca tão aberta como esta. Fazendo um apanhados das partes mais Importantes, o artigo da página 4 reza:

"Um questionário a 24 mil mulheres em idade reprodutiva revela que 15 a 71% já foi física ou sexualmente abusada por parceiros intimos."

Trálálálá...... e mais à frente....
"O inquérito revela ainda que 1 a 28% das mulheres grávidas foi agredida durante a gravidez..."

Questão 1: Os flagelados por cadeiras relacionadas com estatística tal como os restantes mortais já devem ter percebido que esta estatística está um mimo. 15 a 71%????? 1 a 28%??? Mas afinal são 15% ou 71% que dizem isso??? 1 ou 28%???
Uma margem mínima de variação, deveras.....

Última frase do artigo é:

"Por fim 50 a 90% das mulheres questionadas deu razão ao homem quando este bate na mulher em certas circunstâncias: desobediência, recusa em praticar sexo, tarefas domésticas cumpridas fora de tempo, perguntar por outra mulher ou suspeita de infidelidade."

A fenomenal estatística mantém-se, mas o que impressiona é mesmo o conteúdo. Mas onde raio fizeram a sondagem?? No terceiro mundo???
Não revelam. Mas dizem:
"O estudo decorreu em 10 paises - desenvolvidos e em vias de desenvolvimento - com a colaboração de várias associações locais de apoio à mulher"
Questão 2: Regra estatística fundamental é que uma amostragem deve ser o mais representativo possível da população. Para isso, aleatoriza-se. Obviamente que esta estatística ou é tudo menos aleatório, ou então os países desenvolvidos são mesmo muito pouco desenvolvidos... Provavelmente limitaram-se só aos centros de apoio à mulher e tal...ou então os dez países fazem parte daLiga Árabe.

O problema da violência doméstica é grave e requer toda a nossa atenção, mas, com este tipo de estudos, passa a ser puro alarmismo ridículo. Aprendam a fazer as coisas, se fazem favor.

Conclusão:
Quanto mais me bates, mais gosto de ti... pelo menos com Estatística tão isenta como esta.