quinta-feira, junho 07, 2007

Drama nº182: Acompanhado no elevador.

Cá estou eu para vos apresentar mais um dos meus dramas, desta vez o embaraçoso momento de andar de elevador acompanhado com um amigo/familiar, juntamente com um vizinho. Esta é das situações mais embaraçosas que podem acontecer, quer eu seja a pessoa acompanhada com o amigo, ou eu seja o vizinho solitário.

Vamos por partes, quando vamos sozinhos com um amigo no elevador há uma certa tendência para falarmos, especialmente se for o elevador do meu prédio que demora tanto tempo que daria para Luis de Camões escrever "Os Lusíadas" por completo numa viagem entre o 1º e o 9º andar! Vá lá, entre o 1º e o 11º, para ele poder fazer uma capa catita... Mas o meu elevador demora tanto tempo que a viagem torna-se bastante embaraçosa quando vamos acompanhados por um amigo e ninguém diz nada. Com um vizinho não há tanto este problema, um vizinho é alguém que conhecemos apenas de vista, não temos de fazer conversa, no máximo fala-se um pouco sobre o tempo ou sobre obras que se tenham de fazer no prédio, mas nunca mais do que isto. Com o amigo geralmente continua-se uma conversa que se estivesse a ter antes de "apanhar" o elevador. E é aqui que reside o busílis (ao tempo que eu queria usar esta palavra!) da questão.

A conversa que se têm no elevador é a continuação da que se estava a ter antes de entrar no elevador, no átrio do prédio onde há espaço mesmo que estejamos rodeados de desconhecidos. Agora se por acaso apanhamos um vizinho no caminho, ou se entretanto chega um vizinho, temos de o deixar entrar no elevador. E a conversa animada que estávamos a ter? Devemos continuá-la? O vizinho vai rapidamente perceber que está ali a mais. E não há pior sítio para estar a mais do que o elevador de um prédio. O elevador de um prédio é um espaço com 1 metro quadrado, a pressão é tão elevada naquele espaço fechado, que quando a porta se abrir se estiver alguma pessoa à espera do elevador, essa pessoa vai ser projectada 3 metros para trás só com o vento que se fará sentir devido às diferenças de pressões.

Agora há aquelas pessoas que optam por continuar a conversa. Eu sinceramente prefiro sentir os meus órgãos a esmagarem-se com a pressão do silêncio, do que ver uma conversa de rua a ser continuada, quer eu esteja do lado do vizinho solitário que está a ouvir uma conversa que não lhe diz respeito, quer eu esteja do lado do amigo que tem de responder ao que nos perguntam quando está ali um estranho no elevador praticamente com os ouvidos dentro da minha boca. Tudo bem que ninguém no seu perfeito juízo continua a conversa sobre filmes para adultos que estava a ter na rua na minúscula caixa que é o elevador, mas ter de ouvir pessoas a dizer "Pois eu não concordo nada que ela tenha feito isso, ela já tinha idade para ter juízo" é-me dispensável. Dá-me vontade de perguntar "Se não querem a minha opinião sobre esse assunto porquê que me estão a colocar nesta situação? O elevador é lento, sim senhor, mas a viagem há-de chegar ao fim e não é por 5 minutos que vão deixar de poder falar sobre isso!".

Há ainda mais um problema envolvendo elevadores e aqui ficamos do lado do vizinho solitário. Já exprimentaram acompanhar um casal de namorados num elevador? Eles vão toda a viagem a trocar "risinhos" e complexado como eu sou penso logo que a razão dos risos sou eu. Será o meu cabelo? Serão as minhas calças? Os meus ténis? Porque fizeram os elevadores tão pequenos? Não aguento a pressão!

1 Comments:

At 00:24, Anonymous Anónimo said...

Por isso é que mesmo depois dos elevadores continuaram a existir as escadas! :) é uma boa alternativa a surpresas de diferenças de pressão!

Boas subidas e descidas por degraus! ;)


*alguém a decoberta de blogs*

 

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